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Este blog reflete sobre os nossos grandes valores humanos, sociais e religiosos.

sexta-feira, 31 de maio de 2013

O racionalismo

 Até agora temos visto algumas dificuldades externas que influenciam sobre nós e dificultam o nosso crer. Hoje vamos falar de um mais pessoal, mais interno: o racionalismo.

Quantas vezes escutamos pessoas dizendo que são ateias. Outros, agnósticos. No fundo, afirmam que não podem aceitar no seu raciocínio a probabilidade que Deus exista. “É impossível”, dizem.

Mas quero falar aqui de outro racionalismo. Não o que nega a fé, mas aquele outro que temos, nós que cremos, muitas vezes e limitamos a nossa fé. “Por que Deus permite isso, não entendo”; “mas se fiz tudo certo, por que Deus me mandou isso”; etc.

Queremos entender o atuar de Deus, e isso, muitas vezes, é impossível. Por uma simples razão: Deus nos sobre passa. É verdade, gostaríamos de entender para poder, vendo mais claro, ter uma melhor atitude diante do que Deus permite. Mas nem sempre Ele permite que compreendamos. Como filhos, confiemos plenamente no nosso Pai do céu, Ele só quer o melhor para nós.

Diz santo Agostinho: “se Deus entrasse na sua cabeça, não seria mais Deus”. Confiemos, essa é a melhor atitude. Jesus aconselhou a Tomé: “bem-aventurados os que creem sem ter visto, porque deles é o reino dos céus”.

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Por que é difícil crer? (4) a laicidade


Hoje em dia se fala muito de pensamento laico, moral laica, ciência laica, política laica. É necessário formar um conceito claro do que significa laicidade. Em realidade, hoje a laicidade vem entendida comumente como exclusão da religião dos âmbitos da sociedade e colocado só no âmbito da consciência individual.

As consequências levam por parte da Igreja, a não poder intervir em temáticas relativas à vida e ao comportamento dos cidadãos (fale-se de aborto, métodos conceptivos, eutanásia, etc.) e inclusive a eliminar toda forma de símbolo religioso de lugares públicos como escolas, hospitais, presidiários, etc. No fundo, na base de tal reflexão, reina uma visão a-religiosa na qual Deus não tem lugar, nem uma moral de valor absoluto, vigente em todo tempo e circunstância.

É verdade, é importante que o setor político seja o que defina o ordenamento político e social. Mas, é compromisso de todos constituir um verdadeiro conceito de laicidade que, como diz Bento XVI, “por uma parte reconheça à Deus e à sua lei moral, à Jesus Cristo e à sua Igreja o lugar que lhes corresponde na vida humana, individual e social, e por outra parte, afirme e respeite a legítima autonomia das realidades terrenais”.

A Igreja não pode indicar qual ordenamento político e social se deva preferir, mas, é o povo quem deve decidir livremente os melhores e mais adaptados modos de organizar a sua vida política. Por outra parte, a “reta laicidade” comporta que o Estado não considere a religião como um simples sentimento individual, confinado ao âmbito privado, mas a reconheça como presença comunitária pública.

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Por que é difícil crer? (3) O secularismo


         Todas as coisas que verdadeiramente valem nesta vida tem um preço, e quanto mais preciosa, mais custosa. Assim é o tesouro da nossa fé, da nossa experiência de crer e de amar um Deus que se fez uma pessoa, que se fez rosto em Jesus Cristo.



         Um terceiro obstáculo para a nossa fé podemos sinalar o secularismo. Esse “progresso” que se banta ter o mundo de hoje. É importante distinguir. Secularização é o Sistema que defende a separação entre a igreja ou a religião e o Estado ou a política, e isto está muito bem sobre tudo se buscam o bem comum como finalidade última. Secularismo é a aversão e o movimento de arrancar da sociedade qualquer manifestação religiosa, qualquer fé.

         O secularismo se encontra em diversos graus. Em uns lugares é muito agressivo, em outros, mais moderado.

         É verdade, na sociedade que nos encontramos hoje em muitos aspectos anelamos uma visão mais profunda, mais sobrenatural, mais transcendental. Será difícil mudar. Mas o cristão está chamado a ser esse grão de levedura, embora pequeno, simples, humilde fermenta toda a massa.

Por que é difícil crer? (2) Absolutizar a liberdade

         A liberdade é o maior valor que temos. O dom da inteligência e da liberdade nos dá a dignidade de seres humanos. Como pode ser então que a liberdade possa ser uma dificuldade que nos impeça crer?
        
          Quando a entendemos e usamos mal e a rendemos sopra qualquer outra coisa pode obstaculizar e muito essa visão tão especial que é crer. Liberdade não significa fazer o que se quer. Isso é libertinagem. Não podemos dizer sim a tudo o que querem as crianças. Sabemos o que é bom ou mal e julgamos por elas. Esse é um bom exemplo. A liberdade não é fazer tudo o que se deseja desenfreadamente mas, discernindo entre o bem o mal, tomamos uma decisão. 

         A liberdade nos ajuda a descobrir e optar pela verdade, pelo bem. E quem é o maior bem e verdade? Aquele que disse: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida”.
 
 
 

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Por que é difícil crer?


A nossa experiência nos diz que não é tão fácil crer muitas vezes. Encontramos várias dificuldades para dar o nosso ato de fé, dificuldades dentro de nós mesmos e fora.

Comecemos analisando uma dificuldade externa: a nossa sociedade sem Deus. O mundo de hoje experimenta um grande progresso a uma velocidade incrível. As ciências, as comunicações, têm melhorado muito para nosso grande benefício. Mas, ao mesmo tempo subiu ao primeiro lugar do pódio e tirou para si toda a atenção, fazendo-nos pensar do seu jeito, com os seus critérios e modos.

Hoje em dia temos mais conhecimento dos sistemas que nos rodeiam. Conhecemos suas causas, seus mecanismos, seus efeitos. E essa mente científica sem nós querer nos está levando a crer somente o que podemos calcular, comprovar, tocar com os nossos sentidos e a ser muito incrédulos do que não está tão ao alcance das nossas mãos.
 
Diz o Papa Bento XVI: mas, quando é que a razão domina verdadeiramente? Quando se separa de Deus? Quando se faz cega para Deus? A razão do poder e do fazer é a razão inteira? A razão se converte em verdadeiramente humana quando está em grau de indicar o caminho para que tomemos uma decisão correta. E isso ela só consegue vendo mais além de si mesma. Caso contrário, ela pode chegar a ser uma verdadeira ameaça para o homem.

Digamos de modo simples: o homem necessita de Deus, se não, permanecerá privo de esperança. Um mundo sem Deus é um mundo sem alma, entregue nas mãos dos homens que temos também um lado tão perverso. Cada gesto de amor que fazemos ou que recebemos dos demais é um reflexo do amor de Deus que está atuando em primeira pessoa naquele momento.

No fundo, a fé jamais poderá morrer porque cada gesto de amor é um grito de que Deus está presente. No meu coração quando sou eu que faço o gesto, e nos demais quando recebo ou sou testemunho de um ato de amor deles. O amor revive a fé, o reconhecimento que Deus existe e está aqui.