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Este blog reflete sobre os nossos grandes valores humanos, sociais e religiosos.

sábado, 1 de junho de 2013

Homilias do Papa em Santa Marta: aclaração do Pe. Federico Lombardi


Todos os dias o Papa celebra a santa missa na  capela de Santa Marta para um grupo de fiéis, pouco mais de 50 pessoas. Muitos têm perguntado se podem aceder a tais celebrações e homilias de forma completa. O Papa tem pedido que não se transmitam tais missas e homilias por vídeo ou se publique o texto completo das homilias, dado o caráter de familiaridade que deseja ter com tais grupos.

As homilias não são pronunciadas com um texto escrito, mas de forma espontânea. A continuação se publica sempre um resumo. A transcrição completa de tais homilias dado a diferença da forma escrita e forma oral de pronunciar um discurso.

Depois de uma atenta reflexão, se decidiu publicar uma ampla síntese, para que todos os fiéis possam enriquecer-se e ter acesso às palavras do Papa. Nestas sínteses, vem colocadas frases originais entre aspas, refletindo o sabor genuíno das expressões do Santo Padre.

Assim também, se dá a entender corretamente a diferenciação entre os diversos tipos de pronunciamentos do Sucessor de Pedro. Aqueles mais formais e públicos, e estes, mais espontâneos.

sexta-feira, 31 de maio de 2013

O racionalismo

 Até agora temos visto algumas dificuldades externas que influenciam sobre nós e dificultam o nosso crer. Hoje vamos falar de um mais pessoal, mais interno: o racionalismo.

Quantas vezes escutamos pessoas dizendo que são ateias. Outros, agnósticos. No fundo, afirmam que não podem aceitar no seu raciocínio a probabilidade que Deus exista. “É impossível”, dizem.

Mas quero falar aqui de outro racionalismo. Não o que nega a fé, mas aquele outro que temos, nós que cremos, muitas vezes e limitamos a nossa fé. “Por que Deus permite isso, não entendo”; “mas se fiz tudo certo, por que Deus me mandou isso”; etc.

Queremos entender o atuar de Deus, e isso, muitas vezes, é impossível. Por uma simples razão: Deus nos sobre passa. É verdade, gostaríamos de entender para poder, vendo mais claro, ter uma melhor atitude diante do que Deus permite. Mas nem sempre Ele permite que compreendamos. Como filhos, confiemos plenamente no nosso Pai do céu, Ele só quer o melhor para nós.

Diz santo Agostinho: “se Deus entrasse na sua cabeça, não seria mais Deus”. Confiemos, essa é a melhor atitude. Jesus aconselhou a Tomé: “bem-aventurados os que creem sem ter visto, porque deles é o reino dos céus”.

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Por que é difícil crer? (4) a laicidade


Hoje em dia se fala muito de pensamento laico, moral laica, ciência laica, política laica. É necessário formar um conceito claro do que significa laicidade. Em realidade, hoje a laicidade vem entendida comumente como exclusão da religião dos âmbitos da sociedade e colocado só no âmbito da consciência individual.

As consequências levam por parte da Igreja, a não poder intervir em temáticas relativas à vida e ao comportamento dos cidadãos (fale-se de aborto, métodos conceptivos, eutanásia, etc.) e inclusive a eliminar toda forma de símbolo religioso de lugares públicos como escolas, hospitais, presidiários, etc. No fundo, na base de tal reflexão, reina uma visão a-religiosa na qual Deus não tem lugar, nem uma moral de valor absoluto, vigente em todo tempo e circunstância.

É verdade, é importante que o setor político seja o que defina o ordenamento político e social. Mas, é compromisso de todos constituir um verdadeiro conceito de laicidade que, como diz Bento XVI, “por uma parte reconheça à Deus e à sua lei moral, à Jesus Cristo e à sua Igreja o lugar que lhes corresponde na vida humana, individual e social, e por outra parte, afirme e respeite a legítima autonomia das realidades terrenais”.

A Igreja não pode indicar qual ordenamento político e social se deva preferir, mas, é o povo quem deve decidir livremente os melhores e mais adaptados modos de organizar a sua vida política. Por outra parte, a “reta laicidade” comporta que o Estado não considere a religião como um simples sentimento individual, confinado ao âmbito privado, mas a reconheça como presença comunitária pública.

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Por que é difícil crer? (3) O secularismo


         Todas as coisas que verdadeiramente valem nesta vida tem um preço, e quanto mais preciosa, mais custosa. Assim é o tesouro da nossa fé, da nossa experiência de crer e de amar um Deus que se fez uma pessoa, que se fez rosto em Jesus Cristo.



         Um terceiro obstáculo para a nossa fé podemos sinalar o secularismo. Esse “progresso” que se banta ter o mundo de hoje. É importante distinguir. Secularização é o Sistema que defende a separação entre a igreja ou a religião e o Estado ou a política, e isto está muito bem sobre tudo se buscam o bem comum como finalidade última. Secularismo é a aversão e o movimento de arrancar da sociedade qualquer manifestação religiosa, qualquer fé.

         O secularismo se encontra em diversos graus. Em uns lugares é muito agressivo, em outros, mais moderado.

         É verdade, na sociedade que nos encontramos hoje em muitos aspectos anelamos uma visão mais profunda, mais sobrenatural, mais transcendental. Será difícil mudar. Mas o cristão está chamado a ser esse grão de levedura, embora pequeno, simples, humilde fermenta toda a massa.

Por que é difícil crer? (2) Absolutizar a liberdade

         A liberdade é o maior valor que temos. O dom da inteligência e da liberdade nos dá a dignidade de seres humanos. Como pode ser então que a liberdade possa ser uma dificuldade que nos impeça crer?
        
          Quando a entendemos e usamos mal e a rendemos sopra qualquer outra coisa pode obstaculizar e muito essa visão tão especial que é crer. Liberdade não significa fazer o que se quer. Isso é libertinagem. Não podemos dizer sim a tudo o que querem as crianças. Sabemos o que é bom ou mal e julgamos por elas. Esse é um bom exemplo. A liberdade não é fazer tudo o que se deseja desenfreadamente mas, discernindo entre o bem o mal, tomamos uma decisão. 

         A liberdade nos ajuda a descobrir e optar pela verdade, pelo bem. E quem é o maior bem e verdade? Aquele que disse: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida”.
 
 
 

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Por que é difícil crer?


A nossa experiência nos diz que não é tão fácil crer muitas vezes. Encontramos várias dificuldades para dar o nosso ato de fé, dificuldades dentro de nós mesmos e fora.

Comecemos analisando uma dificuldade externa: a nossa sociedade sem Deus. O mundo de hoje experimenta um grande progresso a uma velocidade incrível. As ciências, as comunicações, têm melhorado muito para nosso grande benefício. Mas, ao mesmo tempo subiu ao primeiro lugar do pódio e tirou para si toda a atenção, fazendo-nos pensar do seu jeito, com os seus critérios e modos.

Hoje em dia temos mais conhecimento dos sistemas que nos rodeiam. Conhecemos suas causas, seus mecanismos, seus efeitos. E essa mente científica sem nós querer nos está levando a crer somente o que podemos calcular, comprovar, tocar com os nossos sentidos e a ser muito incrédulos do que não está tão ao alcance das nossas mãos.
 
Diz o Papa Bento XVI: mas, quando é que a razão domina verdadeiramente? Quando se separa de Deus? Quando se faz cega para Deus? A razão do poder e do fazer é a razão inteira? A razão se converte em verdadeiramente humana quando está em grau de indicar o caminho para que tomemos uma decisão correta. E isso ela só consegue vendo mais além de si mesma. Caso contrário, ela pode chegar a ser uma verdadeira ameaça para o homem.

Digamos de modo simples: o homem necessita de Deus, se não, permanecerá privo de esperança. Um mundo sem Deus é um mundo sem alma, entregue nas mãos dos homens que temos também um lado tão perverso. Cada gesto de amor que fazemos ou que recebemos dos demais é um reflexo do amor de Deus que está atuando em primeira pessoa naquele momento.

No fundo, a fé jamais poderá morrer porque cada gesto de amor é um grito de que Deus está presente. No meu coração quando sou eu que faço o gesto, e nos demais quando recebo ou sou testemunho de um ato de amor deles. O amor revive a fé, o reconhecimento que Deus existe e está aqui.

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Existe uma Divina Providência


Até agora viemos analisando o problema da existência do mal no mundo. A pergunta natural que surge é: mas, Deus cuida de mim? Ele é quem guia os caminhos da vida, os meus caminhos?

         A resposta é positiva. Deus está sempre do meu lado, cuida de mim com amor infinito, me conduz à realização plena. Damos o nome de Divina Providência às “disposições pelas quais Deus conduz com sabedoria e amor todas as criaturas até o seu fim último” (Catecismo, nº 321).

 
         Deus nos criou para conhecê-lo e amá-lo nesta vida e gozar eternamente Dele no céu. Mas, ante esta enorme verdade, diz João Paulo II, o homem encontra paradoxalmente no seu coração um duplo e contrastante sentimento: por uma parte, somos levados a acolher e a confiar neste Deus Providente e por outra, tememos e duvidamos de abandonar-nos nas mãos de Deus, ora porque ofuscados das coisas, nos esquecemos do Criador, ora porque marcados pelo sofrimento, duvidamos que Ele seja um pai.

         Deus guia os nossos passos com amar, jamais infringe a nossa liberdade. Ele deixa nas nossas mãos a decisão. A liberdade é o maior dom que o homem tem, pois por ela podemos escolher e optar pelo que sentimos no nosso coração que seja o correto; mas também podemos não usá-la bem e fazer o mal a nós mesmos e aos demais. Ainda assim Deus não viola as nossas decisões.

         Quem nos criou, com a sua infinita inteligência, ternura, sabedoria e guia envolve o nosso existir e nos conduz à perfeição que consiste em chegar à meta que é o paraíso, para o qual fomos criados e ao qual vamos em caminho.
         Tomara que nas nossas bocas mas, sobre tudo no nossos corações, estejam sempre aquelas palavras: “Deus está vendo”, “Deus sabe tudo”, “que se faça a vontade de Deus”, “Deus escreve reto em linhas tortas”.