Hoje em dia se fala muito de
pensamento laico, moral laica, ciência laica, política laica. É necessário
formar um conceito claro do que significa laicidade. Em realidade, hoje a
laicidade vem entendida comumente como exclusão da religião dos âmbitos da
sociedade e colocado só no âmbito da consciência individual.
As consequências levam por
parte da Igreja, a não poder intervir em temáticas relativas à vida e ao
comportamento dos cidadãos (fale-se de aborto, métodos conceptivos, eutanásia,
etc.) e inclusive a eliminar toda forma de símbolo religioso de lugares públicos
como escolas, hospitais, presidiários, etc. No fundo, na base de tal reflexão,
reina uma visão a-religiosa na qual Deus não tem lugar, nem uma moral de valor
absoluto, vigente em todo tempo e circunstância.
É verdade, é importante que o
setor político seja o que defina o ordenamento político e social. Mas, é
compromisso de todos constituir um verdadeiro conceito de laicidade que, como
diz Bento XVI, “por uma parte reconheça à Deus e à sua lei moral, à Jesus
Cristo e à sua Igreja o lugar que lhes corresponde na vida humana, individual e
social, e por outra parte, afirme e respeite a legítima autonomia das
realidades terrenais”.
A Igreja não pode indicar qual
ordenamento político e social se deva preferir, mas, é o povo quem deve decidir
livremente os melhores e mais adaptados modos de organizar a sua vida política.
Por outra parte, a “reta laicidade” comporta que o Estado não considere a
religião como um simples sentimento individual, confinado ao âmbito privado,
mas a reconheça como presença comunitária pública.
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